"Nisto eu creio"
As coisas que eu creio e as coisas que eu não creio.
sábado, 17 de fevereiro de 2024
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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
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terça-feira, 25 de agosto de 2020
Tempos de benção, tempos de perigo
Quando tudo vai bem somos tentados a não andar mais com Deus.
Isso acontecia o tempo todo no período dos juízes. Nos tempos de paz e prosperidade, o povo de Israel relaxava em sua devoção e começava a se afastar de Deus e a enveredar pelos caminhos do pecado e da idolatria.
Isso aconteceu também com Roboão. Roboão, filho de Salomão, foi o primeiro rei do Reino de Judá. Com Saul, Davi e Salomão Israel era um país só. Quando Roboão herda o trono, logo após a morte de Salomão, por causa de sua insensatez, o reino se divide e dez tribos o rejeitam como rei: as dez tribos ao norte formam o Reino de Israel, duas tribos ao sul formam o Reino de Judá.
Enquanto Roboão precisava de Deus, ele O buscou e foi fiel. Mas quando as coisas começaram a dar certo, quando seus sonhos começaram a se concretizar, quando seu governo se estabilizou, ele começou a se afastar de Deus. O texto de 2 Crônicas 11:16-17 e 12:1 diz assim:
"Pessoas de todas as tribos de Israel que, com todo o coração, queriam adorar o Senhor, o Deus de Israel, seguiram os levitas até Jerusalém para oferecer sacrifícios ao Senhor, o Deus dos seus antepassados. Isso serviu para tornar mais forte o reino de Judá e firmar o poder de Roboão, filho de Salomão, como rei DURANTE OS TRÊS ANOS EM QUE ELE SEGUIU O EXEMPLO DE DAVI E SALOMÃO... LOGO QUE ROBOÃO FIRMOU SEU PODER COMO REI DE JUDÁ, ELE E TODO O SEU POVO DEIXARAM DE OBEDECER À LEI DE DEUS, O SENHOR."
Este relato não revela apenas o caráter de um homem, mostra a tendência que está no coração do ser humano. Quando estamos sofrendo, quando precisamos de ajuda, quando estamos ansiosos por concretizar nossos projetos de vida, buscamos a Deus diligentemente. Mas quando tudo vai bem corremos o risco de esfriar nossa devoção e nossa fidelidade. Corremos o risco de abandonar o Senhor, ou de pelo menos mantê-lo como um simples acessório em nossa vida, ao lado de tantas outras prioridades.
A Palavra de Deus nos mostra casos como o de Roboão para nos desafiar a manter o fogo da paixão por Cristo mesmo em tempos de benção. Seja grato, busque a Deus fervorosamente, lute para ser fiel, alimente-se da Palavra com profundidade, tenha um coração quebrantado, lute para mudar, ame a Deus, mesmo quando tudo vai bem. Não espere vir a crise para fazer isso.
Será que isso vai dar certo?
Você já ouviu a expressão “balaio-de-gato”? Talvez sua mãe já tenha usado esta expressão para descrever o estado do seu quarto. Significa bagunça, confusão. É o que provavelmente aconteceria se você colocasse vários gatos dentro de um balaio e o fechasse. Depois de algum tempo, todos aqueles gatinhos bonitinhos e fofinhos iam começar a se estranhar. Ali dentro, apertadinhos, os gatos não conseguem fugir de sua própria natureza. Eles vão agir e reagir como gatos.
Agora imagine uma porção de pecadores, todos juntos, reunidos num mesmo lugar, tendo que conviver e trabalhar juntos. Sabe o que pode acontecer? Algo muito semelhante com o que acontece com os gatos. Pecadores vão agir e reagir como pecadores. E mesmo assim, Deus decidiu fazer uma coisa dessas quando instituiu a sua Igreja. Comunidades locais, espalhadas por todos os lados, formadas por pessoas imperfeitas e com uma natureza nada fácil de ser controlada. E por que Deus resolveu fazer uma coisa dessas? Para revelar sua glória ao mundo.
O Evangelho é a mensagem do arrependimento e do perdão dos pecados. Aqueles que se entregam a Cristo, crendo no seu sacrifício por nós, nascem de novo, recebem uma nova natureza da parte de Deus. Mas com um detalhe: a velha natureza não é retirada. Pelo menos não neste momento. Por isso aguardamos a volta de Cristo com ansiedade. O mais interessante nisso tudo é que Deus nos manda viver juntos nessa situação: como pecadores. Salvos, regenerados, perdoados. Mas ainda pecadores, necessitados da graça e da misericórdia divinas.
Será que isso vai dar certo? Deus tem um plano. Ele nos deu o seu Espírito e a sua Palavra para dirigir nossas vidas e nos ajudar a controlar nossa natureza rebelde. Ele nos ensina a amar e perdoar da mesma maneira que Ele nos amou e perdoou (Mateus 5:48 e 6:14-15). Paulo acrescenta: “Sejam bons e atenciosos uns para com os outros. E perdoem uns aos outros, assim como Deus, por meio de Cristo, perdoou vocês.” (Efésios 4:32).
O desafio de viver em comunidade
Viver em comunidade é um dos desafios mais difíceis. Principalmente porque somos todos muito diferentes. Temos preferências, gostos, ideias, temperamentos diferentes. Além do mais, as Escrituras nos revelam que somos todos pecadores (Romanos 3:23). Somos inclinados a atitudes que desagradam a Deus e ofendem ao próximo, e frequentemente as tomamos, por mais que tentemos evitá-las.
É inevitável que na convivência, haja desavenças, desentendimentos, conflitos. E todo pecado cometido contra o próximo, é também e em primeiro lugar uma ofensa a um Deus santo. Por isso você não pode separar a comunhão com Deus da comunhão com o irmão.
João descreve a comunhão com Deus com a expressão “andar na luz”. Ele afirma: inspirado pelo Espírito Santo: “Quem diz que vive na luz e odeia seu irmão está na escuridão até agora” (1 João 2:9). Em outras palavras, se você diz que anda com Deus, mas nos momentos de conflito deixa as mágoas envenenarem seu coração ao ponto dele ficar amargurado, caminhando para o rancor (daí é só um passo para o ódio) sem buscar a reconciliação e o perdão, isso pode ser um sinal de que você ainda não nasceu de novo. Mais à frente, João faz outra afirmação estarrecedora: “A diferença clara que existe entre os filhos de Deus e os filhos do Diabo é esta: quem não faz o que é correto ou não ama o seu irmão não é filho de Deus” (1 João 3:10).
É por isso que existe o perdão e a provisão do sangue de Jesus, que nos purifica de todo pecado. Sempre que confessamos esses pecados ao Senhor, concordando com Ele, que pecado é pecado, e reconhecendo nossa culpa, somos purificados (1 João 1:9). O arrependimento e a confissão acertam as coisas com Deus. Mas você precisa também acertar as coisas com o irmão. Jesus ensinou que “se você estiver oferecendo no altar a sua oferta a Deus e lembrar que o seu irmão tem alguma queixa contra você, deixe sua oferta ali, na frente do altar, e vá logo fazer as pazes com o seu irmão. Depois volte e ofereça a sua oferta a Deus.” (Mateus 5:23-24). Vá logo.